Geórgia Nunes repudia caso de advogada algemada durante audiência

A advogada piauiense Geórgia Nunes registrou, nesta terça-feira (11), repúdio contra o caso da advogada carioca Valéria dos Santos, que foi detida, algemada e arrastada por policiais, em pleno exercício da advocacia, durante audiência realizada no 3º Juizado Especial de Duque de Caxias (RJ).

 

O fato ocorreu depois que a advogada solicitou a leitura da contestação de um processo à juíza leiga, responsável por presidir a audiência. A juíza leiga, no entanto, deu por encerrado os trabalhos e ordenou que a advogada se ausentasse da sala, sem analisar o seu pedido de ler a contestação e então impugnar os pontos da defesa trazida pelo réu.

 

Para advogada piauiense, Geórgia Nunes, que é uma das coordenadoras do Movimento Iguala OAB no Piauí, a negativa ao pedido da advogada Valéria Santos mostra a necessidade de reflexão a respeito do Direito de forma igualitária. “Causa indignação saber que fatos como este ainda acontecem. Houve total desrespeito às prerrogativas dos advogados, à mulher, à profissional. A negação desses direitos, que viola a própria Constituição e, por conseguinte, o Estado Democrático de Direito, não pode passar despercebida. Pelo contrário. Precisamos ecoar a importância da luta pelo respeito, pela justiça, pelo livre exercício profissional e, obviamente, pela igualdade de gênero e racial", frisa Geórgia Nunes.

 

Por meio do Movimento Iguala OAB (50/50), segundo Geórgia Nunes, busca-se estabelecer a igualdade de gênero nos quadros da Ordem, bem como visa a ampliar os espaços para o protagonismo feminino no campo jurídico, superando o tratamento desigual fundado no sexo, para, sobretudo, desconstruir as barreiras que dificultam as mulheres advogadas em encontrar uma posição no mercado de trabalho, mantê-la e fazê-las continuar progredindo em suas carreiras.

 

"Movimentos como o Iguala OAB são cada vez mais necessários justamente para evitar que casos como o da advogada Valéria dos Santos continuem acontecendo. Nos solidarizamos a Valéria, nossa colega de profissão, que foi retirada à força da audiência e sem a presença de um membro da OAB. Isso se trata de um atentado contra todas as mulheres do país e mostra o quanto nossa luta deve continuar firme, para que possamos alcançar nossos direitos na busca por igualdade e pela justiça”, finaliza a advogada Geórgia Nunes.


Postado em 11 de Set de 2018, 18:18